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  • Foto do escritorMarcos Maia

O tempo na contemporaneidade


Está com tempo? Está ocioso(a)?

Vivemos em uma conjuntura em que seguimos um culto sem dogma em que a virtude é o utilitarismo. Deve-se saber produzir, saber aproveitar o momento, saber explorar o outro, num contexto em que o neoliberalismo incide sobre regimes de valores como se fosse uma religião promovendo práticas individualistas.

Nesse contexto, a vida se torna uma sucessão infinita de meios cuja finalidade já se perdeu. Ocorre um culto culpabilizador, mas não culpabilizador da usura, da ganância, mas de tudo aquilo que não corresponde ao empreendedorismo. Trata-se da culpa pelo ócio, não pode haver descanso, ter tempo livre é pecaminoso, vai se tornando motivo de culpa e a gestão do tempo vai ganhando um teor moral.

Entretanto, quanto menos tempo, mais empobrecimento psíquico, mais sentimento de desvalorização, maior tendência à depressão.


Tema abordado por Maria Rita Kehl no Encontro Latesfip (Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise) na USP em 02 de abril de 2016. Maria Rita Kehl é a autora de “O

tempo e o cão: a atualidade das depressões” pela Boitempo, entre outras obras.



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